Os mitos associados à meditação são, talvez, os grandes responsáveis por impedir que muitas pessoas experimentem esta prática. Importa desconstruí-los para que todos possam tirar proveito dos seus benefícios para a saúde e o bem-estar geral.

Há cada vez mais evidência científica a provar os benefícios da prática da meditação mindfulness, com a Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas, por exemplo, a recomendar este tipo de meditação. Entre os benefícios reconhecidos destacam-se o contributo para a prevenção e gestão de estados de ansiedade, redução do stress, aumento do equilíbrio e foco, bem como melhoria geral da saúde física e mental. Ainda assim, há quem entenda que a prática não é adequada a si, devido a ideias erradas que ainda subsistem e que desmistifico já de seguida.

1 – É suposto parar os pensamentos

Este é talvez o mito mais comum e o que mais pessoas afasta da prática. Somos seres racionais e, como tal, pensamos. Logo, o objetivo da meditação não é parar os pensamentos, isso é impossível. Ao meditar, vamos, sim, focar a atenção em algo, como a respiração, por exemplo, procurando diminuir a habitual dispersão mental. E vamos notar quando nos perdemos em pensamentos, para voltar a focar a atenção na respiração. E assim sucessivamente.

2 – Implica posturas complicadas e desconfortáveis

A meditação mindfulness faz-se em posição sentada e com as costas direitas. Isso é possível numa simples cadeira. Quem preferir, pode sentar-se no chão em posição de lótus, num pufe ou num zafu (almofada de meditação), mas nada disso é obrigatório. Acima de tudo, o importante é encontrar uma posição que seja confortável e permita manter as costas direitas.

3 – No final, vou sentir relaxamento e calma

Isto nem sempre acontece. Aliás, quando começamos a meditar é até possível que a tomada de consciência de pensamentos, sensações, emoções e sentimentos, bem como de hábitos e comportamentos, possa ter o efeito contrário. É mesmo assim. Lidar com esta dimensão faz parte da prática. Ainda assim, com o treino continuado, está provado que a meditação pode contribuir para potenciar o relaxamento e a gestão de estados de stress e ansiedade nas situações do dia a dia.

4 – Não consigo meditar

Todas as pessoas (com raras exceções relacionadas com patologias graves) conseguem meditar. Todos temos as ferramentas necessárias para o fazer, só precisamos de seguir algumas orientações iniciais, eventualmente com ajuda de alguém com experiência, e desconstruir mitos.

5 – Tenho de pensar positivo

Meditar não implica alterar o conteúdo do pensamento para “melhor” ou “mais positivo”. Implica apenas observar o pensamento em si mesmo, quando este surge, e deixá-lo ir sem ser arrastado por ele. Claro que ao fazermos isto, consistentemente, é possível que tomemos consciência de pensamentos que nos povoam a mente e de que, provavelmente, nem tínhamos noção antes. Com esta tomada de consciência, poderá acontecer que fiquemos menos prisioneiros desses pensamentos, mas o “otimismo a todo o custo” não é um objetivo ou uma característica da meditação.

6 – Envolve religião

É verdade que as práticas meditativas têm as suas origens relacionadas com práticas religiosas contemplativas, nomeadamente, o budismo e algumas tradições do cristianismo. No entanto, existem inúmeros métodos de meditação e alguns não têm qualquer relação com práticas religiosas. É o caso da meditação mindfulness, que não está associada a nenhuma religião.

7 – A meditação é toda igual

Existem inúmeros métodos de meditação e cada qual propõe diferentes abordagens à prática. É possível experimentar um tipo específico de meditação e não haver identificação com a prática, mas muitos outros estão disponíveis. Quase de certeza, um dos métodos será o adequado a cada pessoa e às suas necessidades.

GoMO – Grupo de Meditação Online

Caso pretendam experimentar meditar com acompanhamento, podem juntar-se ao GoMO – Grupo de Meditação Online, que se reúne todas as segundas-feiras, pelas 21 horas. E se ainda tiverem dúvidas sobre meditação, verifiquem aqui algumas das perguntas frequentes acerca da prática ou contactem-me diretamente.